Na tua voz discurso traiçoeiro,
Mas tão fiel parecia aos meus ouvidos,
Que me volvera os sonhos, já perdidos,
E os libertou do forte cativeiro.
Fez-me julgar o falso, verdadeiro;
E amar com toda a força dos sentidos,
Que amar assim, eu, nem nos tempos idos:
Da nascença ao momento derradeiro!
Nos teus lábios, um canto mavioso
Que me juraste com promessas vãs
E que traíste sem pudor algum.
O teu olhar, lindo, silencioso,
Que iluminava em todas as manhãs
Não me devolve, já, dia nenhum!
quarta-feira, dezembro 14, 2005
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3 comentários:
João,
Continuamos a viagem...
Gosto do soneto. Está perfeito na forma... um belíssimo jogo de palavras...
A construção é interessante: começas cada quadra com problemas que resolves no correr da pena e acabas cada terceto na recriminação do Amor...
É a vida... o que vale é que há dias melhores.
Este soneto faz-me viajar bem longe...
João Lopes,
Com que então «não escrevo nada de jeito» hein?? :-)
Lindo poema. Triste mas real.
Beijinhos
Tão nostalgico, triste? promessas são palavras e palavras leva-as o vento... caríssimo!!!
Beijo, gostei da descoberta :)
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