quinta-feira, dezembro 15, 2005

Mar nunca mais água

Habitantes de glórias infernais, obscenas,
macaquinhos que roem a casca do meu sorriso
e lambem os mucos que escorrem pelo tubo cerebral.

Fontes, fontanários e fome
de glândula lacrimal.

Estêrco que arrasta consigo, aos gritos
a natureza viscosa
dos meus dedos de lama e baba.

Que eu canto
(no tempo em que eu cantava)
o pólen, a brisa e a lágrima.

Lento o punhal explora
a couraça dos pequenos homens símios...

É o mar que se evapora
e seca toda a sua água!

Eduardo Leal em 2-1-1981

2 comentários:

Anónimo disse...

Eh lá...poema bravo!
bravíssimo!!!

Comprimentos Natalícios :-)
(enviei email)

JL disse...

Bonito e com profundos e vários significados. E desta forma deixa, o poema, de ser de quem o escreve e passa a pertencer a quem o lê e identifica esta ou aquela cena da vida com ele.

Um abraço