sexta-feira, setembro 29, 2006

Quis sentir das tuas mãos
o fim da espera
e inventar em cada instante
a ansiedade
que matando
transformaste no prazer.

Onde vive o meu corpo
senão em ti?!
Onde acalma e luta
cresce e dorme
do que em ti?!

Ouve o grito sussurrado
que te digo:
estes lábios
à procura do infinito.

Porto, 17 de Junho de 1993

segunda-feira, setembro 25, 2006

Dos Amores que eu já vivi,
das Paixões que me queimaram
eu sinto que foi em ti
que os meus olhos encontraram:

firmeza nas pedras duras
e a calma nas tuas águas,
tristeza, palavras puras
aconchego para as mágoas.

Que o Amor pela Cidade
como tu... é doce encanto.
É eterno, sem idade,
é o Fado do meu espanto.

Tu sabes que bem no fundo
quero teu Porto de abrigo.
Posso vir do fim do mundo
que no fim caso contigo.

Ao Porto, Flor de Paranhos, 23 de Setembro de 2006

domingo, setembro 10, 2006

Nas voltas do teu corpo...

Perco-me nas curvas que tens
nas ondas do teu cabelo...
e nas promessas que vens
falar-me de Amor e vivê-lo.

Caio no poço profundo
desses teus olhos escuros
e convenço-me que o mundo
são os teus seios maduros.

Esqueço-me que as horas passam
quando bato à tua porta.
E quando os meus braços te abraçam
só estar contigo importa.

Tudo à volta é cenário
mesmo a música que ouvimos,
contos do imaginário
Feitos do Amor que sentimos...


Porto, 9 de Setembro de 2006

domingo, setembro 03, 2006

Amor ledo, amor triste, amor destino!

Amor mais alto que este no Universo
Somente o amor que Deus p’los Homens sente,
Tão alto que não cabe em simples verso,
Tão ateado e louco é o facho ardente.

Amor sublime, etéreo amor, imerso
Num coração sincero, eternamente;
Brotado deste sonho em mim submerso,
Amor puro, amor cego, amor demente.

Amor ledo, amor triste, amor destino:
Altivo, sonhador, silencioso,
Solitário, vagabundo e cruel;

Amor esculpido em coração felino
P’las mãos de Deus — o todo Poderoso —
Com fogo (não barro) e, em vez de água, fel!

joão lopes em 1989