terça-feira, julho 13, 2010

Diz-me que queres voar.
Conta-me os céus que imaginas
recorda que queres sonhar
abre os teus braços e vai!

Diz-me que queres voar
sentir o vento no rosto.
Grita que queres saltar
abre essas portas e sai!

Diz-me quem és, um desejo.
Segura bem forte o que queres.
nega os teus lábios ao beijo...
pega em ti mesma e parte!

Diz-me quem és, um desejo.
Vai, não olhes para trás.
Esquece o caminho que eu vejo
deixa a viagem mudar-te.

E escreve nas ondas do mar,
grava bem fundo no vento
a tua vontade de estar
em todas as horas do tempo.

quinta-feira, julho 08, 2010

Esta noite vou beber
um copo cheio.
Dois ou três, que importa...
que o vinho, quando é a companhia
não pode ficar a meio...
Perdido entre a noite
e o romper do dia.

Vou sentir nos lábios esse açucar
doutros doces que não tenho.
Que às vezes, anestésico,
acorda o meu caminho todo,
Lembra os cheiros donde venho
desde as primeiras águas
ao derradeiro fogo.

Brincam no meu copo
quase vazio,
os teus segredos atrevidos,
a promessa sussurrada
que, como gata perdida no seu cio
me fizeste divertida
com meus olhos fascinada.

Este vinho é portanto uma viagem
um barco leve que navega...
Memória ao leme, o timoneiro.
Os sonhos todos, feitos velas.
E o teu riso, o que sossega
a revolta das memórias,
o medo de perdê-las.

terça-feira, julho 06, 2010

Dá-me a lua, dá-me!
Faz-me sentir um rei.
Pode ser de um deserto, apenas,
De um país pequeno, sem ter lei.

Dá-me o mar, vá lá.
O mar morto, enfim, que seja.
Deixa-me ser um deus, somente.
Um homem sem razão pra ter inveja.

Torna-me o infinito, ao menos...
A loucura toda dos números sem fim.
Pra que os dedos todos deste mundo
sejam poucos pra me contar a mim.

Olha dentro dos meus olhos, fundo...
Coisa pouca que te peço.
Que por estranho que tu aches
eu sinto que mereço.

Que o que mais quero não me dás...
Contrafeito eu entendi:
É voltar atrás no tempo
ao primeiro dia, junto a ti...