E fico cego nesse louco olhar!
Já nada vejo e, tacteando o ar,
Perco minhas mãos nesse espaço infindo!
P’ra não te ouvir, sinistramente rindo,
Os meus ouvidos cessam de escutar
E o meu nariz suspende o inspirar,
P’ra não saber p’lo ar que tu vens vindo.
Piso a minh’alma, rasgo os meus sentidos,
Arranco deste ser o coração,
P’ra não voltar, jamais, o insano amor;
Atiro à terra os sonhos já perdidos,
Desfaço no meu ser toda a ilusão
Que outrora fez de mim um sonhador!
joao lopes em 1988
7 comentários:
Isto é um fogo a consumir madeira.
Maravilhoso...
Beijo JL
João,
Este soneto, como de costume... é música!
Parece o crepitar da lenha. (ou estou com frio, ou a pirómania está a voltar...):)
Lindo...
desfaço no meu ser toda a ilusão... ai JL engraçado ler o que se escreve a 20 anos de distância!!!!
Não me pareces nada um ser amargurado - o poema é lindo!
:)
Muito bem construído. :D
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