Andei de mão estendida, qual mendigo
Esperando umas palavras de aconchego
Na sossegada voz de um ombro amigo.
Um dia em desespero pus no prego
A vontade de ti. Falei contigo:
- Vale-me tanto, amiga, o teu sossego,
Que vou tentar vendê-lo, por castigo!
Vieram mil errantes peregrinos
Pra rematar a tempo esse produto
Que eu queria desfazer dos meus haveres.
Só um malandro, desses magrebinos,
Te quis levar – um homem pouco astuto -
Julgando-te bendita entre as mulheres.
joão lopes
6 comentários:
Genial!
Tudo!
Oh desculpa-me...
Ontem tinha-te escrito... vejo agora que o comment que te fiz não foi gravado. Foi porque estava tão cheia de sentidos pelo teu poema...
Hoje regresso e dou-me conta que sinto ainda mais...
Vim a correr como se fosse possível apanhar-te...
Acabei de te ler lá também e fico mais pequenina que...
E tu sabes que eu também... já não passo não quero passar sem ti...
Beijo maior que o pensamento
Até me fez sorrir...excelente :-)
Beijinho
Perfeito...
Eu nunca consegui fazer sonetos...dar-lhe "vida" como tu fazes!
Muito bom!
BJs, BShell
Bem sentido. Bj
Não. Não sei porquê. Mas não. Não passa para lá da razão. É de mim, certamente. Porque apesar disso, é bonito. :)
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