terça-feira, junho 29, 2010

Há um cansaço enorme
nas palavras que não dissemos.
Como se enroladas em si mesmas
desafiassem as leis do eco
e se repetissem eternamente
em noites de silêncios.

Há uma angústia em fogo
em todas as carícias que guardámos.
Como se os gestos, nem sequer falhados,
provocassem a lógica da ternura
e em cada dia renascessem
em madrugadas de ausências.

E as pedras do caminho,
outrora grandes e pesadas,
soltam-se em pó nos dias gastos.
Tornam-se improváveis desafios,
doces miragens de outros tempos,
em encontros de abraços, hoje frios.

Estes são os meus cansaços…
Os saltos que não dei ou não quis dar,
os nós cegos dos meus dias.
Nós que antes fortes, apertados,
queimam hoje estes meus pulsos
porque lassos.

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