segunda-feira, junho 28, 2010

Naqueles dias
em que todas as metáforas
têm o ar triste da falta dos teus olhos…
Pouco mais importa que calá-las
e no silêncio a construir
semear um regresso à vida.

São manhãs sem pés
em que o simples gesto de acordar
arrasta o mundo inteiro
e desgasta
o esboço todo
de um qualquer sorriso.

Dias de pensamento circular
nos caminhos repetidos
das grandes perdas…
E em que o gosto a mar,
das viagens de conquista e descoberta,
não encontra o seu lugar.

Repisar dos gestos,
dos movimentos lentos das partidas
- apenas no largar amarras –
como se entre elas
não houvesse, nunca,
uma chegada.

Ondas que se cansam só no ir,
que perdidas nunca voltam.
Vento que sopra de mim, quase quente, quase frio.
Água que foge, chuva ausente…
Tempo sem vigias,
sem segundos, sem minutos, horas, dias.

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