Mil tudos... E, no mesmo ser, mil nadas;
Mil promessas de amor e sentimentos,
P’lo mesmo ser, as mil, atraiçoadas.
Mil sonhos atirados por mil ventos,
Mil achas, p’lo mesmo gume, esfaqueadas;
Sorrisos mil e os mesmos sofrimentos,
Depois das mil palavras esfarrapadas!
Mil sonhos, mil tormentos, mil desejos
E a solidão tão vasta e infinita
nos mil sonhos onde me invento e crio.
Mil ternuras criaram os mil beijos
E, os mil tormentos, essa voz bonita
Que em mil vezes me deu tudo — e o vazio!
joão lopes em 1988
3 comentários:
Lindo e melancólico...mas, faz-me pensar que felizmente os vazios podem "encher-se".
Fica um beijo
Mil desejos que o poeta nunca perca a inspiração.
Muito bonito, beijinho.
Porque o tudo e o nada andam sempre interligados. O mesmo ser que aparenta ou em algum momento de facto dar vai um dia provar nos que o tudo pode se transformar em vazio.
LIndo poema
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