O hálito de teu corpo em minha mão,
Na vida de teus beijos me desfaço
No antro que há-de ser minha perdição.
Os sons que guardo, louco, neste espaço
Cavernoso e pulsante – o coração –
São como imagens eternas que abraço
Na resguardada esperança da ilusão
De te possuir um dia, outra vez,
Com todos os sentidos que me atam
às amarras do sonho já desfeito.
Há nas relíquias, ainda, a altivez
Das palavras que me ferem e matam
A esperança que alimentava o meu peito.
joão lopes