No princípio desejei-te apenas…
e entrei nos teus cabelos
como se a nudez de todos os desejos
pudesse aí perder-se.
Senti nos dedos
a textura dos teus suspiros.
Segurei nos lábios
todos os sabores dos teus segredos.
Naufraguei nesse querer-te,
nesse mar assim profundo…
como se entrar em ti
fosse mais do que saber-me.
E fui com a corrente
no deleite de quem bebe
a água fresca da manhã…
No êxtase de quem respira
como se não houvesse futuro.
Na pressa de encontrar
todas as horas já ditas.
Descobri mundos diferentes
outras vontades de ser
como se outro em mim
apenas vivesse pra ter-te.
E depois…
porventura porque o espaço era pequeno…
encontrei apenas
o medo de perder-me.
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