Haverá sempre palavras por dizer,
que se soltam no fundo dos teus olhos,
na malícia toda do teu sorriso
como se fossem todo o ar preciso.
São sentidos à procura doutros verbos,
outros dedos nos caminhos do teu corpo.
Notas soltas na tua pele macia
enquanto frágil eu inspiro cada dia.
Horas breves em que enfim encontro,
perdido nos teus lábios, quando riem,
trocando assim meus passos, já perdidos,
outro fogo que me dá novos sentidos.
É então que o tempo todo enfim suspende
a lógica improvável dos caminhos
e doce, infinitamente doce, insinua
este mar revolto nessa praia, nua.
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