domingo, março 30, 2008

Retrato de um Marinheiro que nunca o foi...
Saber a vaga, saber o vento... inventar
caravelas que o não foram
e a quem o mar fugiu.

Retrato de um Marinheiro que nunca disse
a vaga inteira, o vento todo... começar
de um mar imenso que não sentiu
e que barco algum abriu.

Sombra de um Marinheiro que nunca foi
e reza o desencontro que ficou
mil anos no desencanto
à espera de quem não partiu.

Palavras de um destino que não foi fatal
porque na rotina falha a ousadia
e o resto são barcos
que não provam mar.

Retrato de um Marinheiro sem navegar
de um barco
e do mar...
do vento que não foi mais vento!

Espelho de um Marinheiro
estórias do mais banal...
ter na boca a espuma
do que soube naufragar...

Outono de 1989

8 comentários:

Unknown disse...

A nostalgia de ser marinheiro parece ser algo "That runs in the family"...

[BEIJO]

Unknown disse...

Então?
Quando nos deixas mais um poema?

Faz falta!


[BEIJO]

Anónimo disse...

Lucky Lucke tinha os irmãos Dalton. Nós, que me lembre, nos últimos anos, com alguma notoriedade, temos tido os irmãos Cavaco, os irmãos Portas, os irmãos Pinto e, agora, num afã permanente, os irmãos Pedroso. O seu último alvo é o António Caldeira, do Portugal Profundo. Nos interstícios de flagelarem o próprio Estado e respectivo erário, estão a molestá-lo em tribunal, ao desvalido António, a pretexto de 43 crimes de difamação.
Estou em crer que há duas infelizes coincidências que convergem nesta sombria encruzilhada: por um lado a deficiente fulanoscopia do António Caldeira; por outro, a cara de caso do Pedroso que é Paulo. Dupla e problemática deficiência, portanto. Do Caldeira que, com os olhos que tem na cara, não reparou nas asas penugentas que o outro, bem amochiladinhas, carrega nas costas; do Pedroso que, com a cara que tem à volta dos olhos e a falta de barba para lá pôr, lembra mais cu que fronha de homem e induz em erro o transeunte. Resultou disto incriminado o António por via dos olhos que traz na cara, como incriminante é no outro a falta de cara onde traz os olhos.
Falta apenas dizer que, mais que tudo isto, o que me deixa perplexo é como é que se pode ainda processar alguém por difamação neste país. Especifico: como é que se pode julgar como crime algo que já alcançou foros de costume? Em que os eleitos existem para difamar, mais por acções que por palavras, aqueles que os elegem; e os eleitores existem para difamar, mais por palavras que actos, aqueles que acabam de eleger... Pelo que, vista friamente a coisa, difamar tornou-se um crime impraticável, equivalente ao homicídio dum cadáver.
Não; crime, agora, só se for falar verdade.

Anónimo disse...

Portugal Profundo: Outro a contas com a «justiça» de Abril...

«Começa amanhã, 10 de Abril de 2008, pelas 9:30 da manhã, no Tribunal da Boa-Hora, 3.ª Vara Criminal, em Lisboa, o meu julgamento, por tribunal colectivo, no qual sou acusado de 49 crimes de difamação a Paulo Pedroso, por queixa intentada por este, relativamente a posts que escrevi neste blogue Do Portugal Profundo. (...) O adiamento não alivia, suspende. Costas moídas por quatro processos políticos de alegados delitos de informação política e de opinião política em três anos e meio de blogue, os músculos retesam-se, habituados ao sacrifício pessoal, e a moral prepara-se para honrar os princípios que seguimos e a responsabilidade de cidadania que nos impõem. Nesta hora, e nas outras todas, que são as do combate pelo desenvolvimento social, lembro todos aqueles que sofrem perseguição e injustiça por causa da expressão das suas ideias, em especial aqueles que padecem processos judiciais por esse motivo. Muito mal vai uma sociedade que prefere a protecção daqueles que são poderosos em detrimento da liberdade de expressão dos simples cidadãos. A democracia representativa em Portugal chegou ao nadir do seu percurso: a opressão dos cidadãos pelo poder que os deveria representar e defender.(...)»

Retirado do blogue Do Portugal Profundo.

De qualquer forma «teve sorte», pois não ficou em prisão preventiva, a aguardar julgamento por causa daquilo que pensa ou diz. A tal treta que o Adelino Caldeira falava, em Abril de 74

Anónimo disse...

Estranhamente, esta notícia não passou na comunicação social, normalmente tão ávida de "julgamentos mediáticos":
"Começa amanhã, 10 de Abril de 2008, pelas 9:30 da manhã, no Tribunal da Boa-Hora, 3.ª Vara Criminal, em Lisboa, o meu julgamento, por tribunal colectivo, no qual sou acusado de 49 crimes de difamação a Paulo Pedroso, por queixa intentada por este, relativamente a posts que escrevi neste blogue Do Portugal Profundo.»(...)
"O adiamento não alivia, suspende. Costas moídas por quatro processos políticos de alegados delitos de informação política e de opinião política em três anos e meio de blogue, os músculos retesam-se, habituados ao sacrifício pessoal, e a moral prepara-se para honrar os princípios que seguimos e a responsabilidade de cidadania que nos impõem. Nesta hora, e nas outras todas, que são as do combate pelo desenvolvimento social, lembro todos aqueles que sofrem perseguição e injustiça por causa da expressão das suas ideias, em especial aqueles que padecem processos judiciais por esse motivo." (...)
"Muito mal vai uma sociedade que prefere a protecção daqueles que são poderosos em detrimento da liberdade de expressão dos simples cidadãos."

Meg disse...

Eduardo, hoje venho mesmo só deixar-te o meu novo endereço recalcitrantemor.blogspot.com.
É que fui forçada a casa donde estava, e estive uns bons dias a
montar uma nova casa "própria", e dizer-te que será tua, e lá serás também muito bem recebido.
Um bom 25 de Abril e um abraço

Anónimo disse...

Terça-feira, Junho 03, 2008
Solidariedade com o Portugal Profundo
Fosse o caso com um bloguista iraniano, cubano, tibetano ou chinês, e havia de ver-se a barulheira que se armava na blogosfera: estava em perigo a própria liberdade da internet, o ataque é contra nós todos, etc. etc...
Pois bem: aqui mesmo a pisar-nos os calos e a ameaçar-nos com as piores consequências, está o processo movido contra o autor do blogue Do Portugal Profundo.
Esse, em que se empenha toda a nomenklatura socialisto-maçónica que se acha dona do regime, não representa uma ameaça abstracta e distante: é uma ameaça presente e concreta, uma intimidação claramente dirigida a todos os que se expressam na internet e na blogosfera, até porque a outro meio não têm já acesso.
Isto é connosco. Hoje é aquele e amanhã pode ser qualquer um de nós.
A solidariedade com António Balbino Caldeira não é apenas um dever, é um gesto de autodefesa.
Espero que o compreendam todos os que aqui se manifestam, e não deixem de expressar bem alto o seu repúdio pela perseguição a um homem que não tem poder, nem dinheiro, nem influência, nem protecções, mas apenas uma extrema dedicação à verdade e à justiça e uma enorme vontade de servir.
Está marcado para o próximo dia 9 de Junho, na Boa Hora, o início do julgamento de António Balbino Caldeira, no processo que lhe instaurado por Paulo Pedroso devido à informação publicada no blogue sobre o caso Casa Pia.

CMondim disse...

sinto nas suas palavras a nostalgia do que não se viveu, vivendo-se.