terça-feira, maio 30, 2006

Fogo de amor

Num túmulo bem fundo e subterrado,
Onde jamais chegou a luz do dia,
Coloquei um fogo d’amor, que ardia
No peito, já p’las brasas consumado!

Cobri-o... e deixei-o sepultado;
Enquanto a chama a cinza consumia,
Senti a fuga da melancolia
Que antanho fez de mim um assombrado.

E quando o já julgava consumido
Senti que o fogo frio me queimava,
E a tampa, tenebrosamente, ergueu-se:

Ouvindo-se um sussurro e um gemido,
Aproximou-se o vento, de rajada,
E o fogo apagado, reascendeu-se!

joão lopes em 1988

6 comentários:

Menina Marota disse...

"...Ouvindo-se um sussurro e um gemido,
Aproximou-se o vento, de rajada,
E o fogo apagado, reascendeu-se!"

... como era bom, que tudo fosse assim...

Adorei o Poema.

Abraço e boa semana ;)

Poesia Portuguesa disse...

Gosto de aqui vir, pela calada da noite, ler-te.
Gostei!
Bj ;)

Anónimo disse...

" o fogo apagado, reacendeu-se."
Adorei.
Beijo JL

Silêncios disse...

Deleitei-me com as tuas palavras, rejubilando com o final...
Fica um beijo

Maria P. disse...

Muito bonito,parabéns.
Um beijo.

Menina Marota disse...

Vinha ler-te...
Deixo um abraço e bom fim de semana :)