sexta-feira, novembro 03, 2006

e agora já nem vento

E agora já nem vento...
só por sobre os rostos águia.

Ser olhos de rapina
e ténue fogo
por entre os brancos ombros
da montanha.

Um pássaro de sombra
contra o vento,
ou pedra sob o sol
e água breve.

Eu sou um pouco
deste pensamento.
Um pouco deste riso
de esquecer.

Eu sou águia,
o tempo de voar...
mas perdi o tempo
de ser mar!


Porto, 3-7-1980

3 comentários:

Bel disse...

É certo que já não há vento mas ficou no rosto o gosto a saudade, um sentimento especial que só o vento conhece.

Anónimo disse...

Blogue duma estética irrepreensível, comprometido com a belza da vida, a merecer mais e constantes visitas no futuro. Gostei imenso desta página elegante. Bom fim-de-semana.

Rosa Brava disse...

"...Eu sou águia,
o tempo de voar...
mas perdi o tempo
de ser mar!"

lindo!... que sejas sempre mar... imenso, de águas calmas e azuis de corais...

Um abraço ;)