quinta-feira, maio 18, 2006

Nem palavra...

Nem palavra; nem um sinal de vida;
Nem sequer da tua boca o fresco ar;
Nem tão pouco a luz linda desse olhar,
Nem breve adeus, naquela despedida!

Nada!... Estás longínqua, talvez perdida;
Nada!... Resta-me, apenas, o sonhar;
Nada mais, que em mim possa perdurar,
Senão o sonho e a chaga duma f’rida!

Nem sei se vale a pena a realidade:
Ter a luz de teus olhos, que me cega;
Ter-te aqui, a meus olhos, não sonhada!

Mesmo assim, não te tenho de verdade,
O que minh’alma quer, tua boca o nega;
Nem sei se quero a ti, se quero o nada!...

joão lopes em 1988

3 comentários:

Maria P. disse...

Impressionante, gostei muito, e tocou-me de uma forma muito particular.

bom fim de semana

Sofia disse...

De volta. Que bom. :)

Anónimo disse...

"Nem sei se quero a ti, se quero o nada!..."
Já tive momentos assim...dói...
Um beijo para ti