Nem sequer da tua boca o fresco ar;
Nem tão pouco a luz linda desse olhar,
Nem breve adeus, naquela despedida!
Nada!... Estás longínqua, talvez perdida;
Nada!... Resta-me, apenas, o sonhar;
Nada mais, que em mim possa perdurar,
Senão o sonho e a chaga duma f’rida!
Nem sei se vale a pena a realidade:
Ter a luz de teus olhos, que me cega;
Ter-te aqui, a meus olhos, não sonhada!
Mesmo assim, não te tenho de verdade,
O que minh’alma quer, tua boca o nega;
Nem sei se quero a ti, se quero o nada!...
joão lopes em 1988
3 comentários:
Impressionante, gostei muito, e tocou-me de uma forma muito particular.
bom fim de semana
De volta. Que bom. :)
"Nem sei se quero a ti, se quero o nada!..."
Já tive momentos assim...dói...
Um beijo para ti
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