quinta-feira, julho 08, 2010

Esta noite vou beber
um copo cheio.
Dois ou três, que importa...
que o vinho, quando é a companhia
não pode ficar a meio...
Perdido entre a noite
e o romper do dia.

Vou sentir nos lábios esse açucar
doutros doces que não tenho.
Que às vezes, anestésico,
acorda o meu caminho todo,
Lembra os cheiros donde venho
desde as primeiras águas
ao derradeiro fogo.

Brincam no meu copo
quase vazio,
os teus segredos atrevidos,
a promessa sussurrada
que, como gata perdida no seu cio
me fizeste divertida
com meus olhos fascinada.

Este vinho é portanto uma viagem
um barco leve que navega...
Memória ao leme, o timoneiro.
Os sonhos todos, feitos velas.
E o teu riso, o que sossega
a revolta das memórias,
o medo de perdê-las.

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