feito de mágoas letais
e deixo os meus olhos nos barcos
que lentos se afastam do cais...
Pois fico aqui e não parto
sentindo que fico sem mim
que os ventos que enchem as velas
desdenham e troçam do fim...
Não digo nada de novo
nas curvas do dia que passa.
Já estão gastas as palavras
a tristeza e a desgraça...
Como voltar a ter espanto
a luz p'ra rasgar este escuro.
A fruta que quero morder
o sonho de ter mais futuro...
Que palavras inventar
que outros caminhos abrir
e sentir de novo nos lábios
outro beijo a descobrir...
Hoje canto um fado triste
feito de sonhos, reais...
e andam meus olhos vazios
perdidos com coisas banais...
Que a areia que escorre no vidro
presa e tão longe do mar
só pode sentir compaixão
por quem não quer navegar...
Já vão longe os barcos todos
as velas cheias de vento
e eu quero sentir no meu corpo
o calor do novo tempo.
1 comentário:
que pena a nossa que poucos escrevam assim... gostaria que passasse no meu blog: ruadescrita.blogspot.com
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