Saber a vaga, saber o vento... inventar
caravelas que o não foram
e a quem o mar fugiu.
Retrato de um Marinheiro que nunca disse
a vaga inteira, o vento todo... começar
de um mar imenso que não sentiu
e que barco algum abriu.
Sombra de um Marinheiro que nunca foi
e reza o desencontro que ficou
mil anos no desencanto
à espera de quem não partiu.
Palavras de um destino que não foi fatal
porque na rotina falha a ousadia
e o resto são barcos
que não provam mar.
Retrato de um Marinheiro sem navegar
de um barco
e do mar...
do vento que não foi mais vento!
Espelho de um Marinheiro
estórias do mais banal...
ter na boca a espuma
do que soube naufragar...
Outono de 1989