quinta-feira, novembro 04, 2010

Três variações sobre o mote:

“Teu corpo arde em mim
todo o teu corpo é frescura.”

1ª Variação

Ai neste dia que passa
se ele aquece sinto falta
do teu corpo que me abraça
que me acalma e sobressalta.

O meu corpo estremece
só por ter falta do teu.
Se ele tarda apetece
Ai acabar com o meu.

Se o teu corpo arde em mim
só posso acalmar a chama
quando o teu corpo por fim
me oferece a tua cama.

O teu corpo é então frescura
o alívio que preciso
e por isso o meu procura
meio louco esse teu riso.

O teu riso é o meu sustento
o teu corpo é a minha casa.
Toda tu és alimento
e nós juntos sempre brasa.

2ª Variação

Tu és no fundo o mistério
toda a força que há no mundo,
a gravidade maior
que nos puxa e mantém firmes.

És o estranho magnetismo
que atrai quanto repele.
És a força do abismo
entranhada em minha pele.

Tu queimas, quanto alivias
tu gelas quanto aqueces.
És a peça que faz falta
pra eu ficar incompleto.

Sem ti não posso viver
contigo sou menos eu.
Quando chegas ardo todo
se tu partes morro logo.

Contigo não posso ser
sem ti meus olhos são cegos.
Quando partes morro sempre
quando chegas morro em ti!

3ª Variação

És isso, miúda és isso.
Que é difícil compreender-te.
Pior do qu’isso só mesmo
poder saber entender-me.

Quem arde em mim não és tu
é a força do desejo.
E este fogo só se apaga
mais que num beijo, em ti.

Eu quero arder no teu corpo.
Entrar em ti com meu fogo
e libertar-me enfim
jogando contigo teu jogo.

És fresca, deixa dizer-te
porque sabes à manhã...
porque no momento de ter-te
és fresca como a maçã.

Que o teu corpo arda em mim
faz sentido se na cama
abraçados, mais do que isso
somo um corpo que se ama.

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