domingo, março 30, 2008

Retrato de um Marinheiro que nunca o foi...
Saber a vaga, saber o vento... inventar
caravelas que o não foram
e a quem o mar fugiu.

Retrato de um Marinheiro que nunca disse
a vaga inteira, o vento todo... começar
de um mar imenso que não sentiu
e que barco algum abriu.

Sombra de um Marinheiro que nunca foi
e reza o desencontro que ficou
mil anos no desencanto
à espera de quem não partiu.

Palavras de um destino que não foi fatal
porque na rotina falha a ousadia
e o resto são barcos
que não provam mar.

Retrato de um Marinheiro sem navegar
de um barco
e do mar...
do vento que não foi mais vento!

Espelho de um Marinheiro
estórias do mais banal...
ter na boca a espuma
do que soube naufragar...

Outono de 1989

sábado, março 15, 2008

Quando um dia
tu vieres assim
silenciosa
pegares em mim
e me levares no teu abraço...

Recorda então
de mim, nos outros
todas as palavras.

Permite no teu sopro
que respire ainda
o sorriso imenso que calaste.

e faz do meu silêncio
abrupto e frio
todo o calor
que há
no meu eterno rio.

13/06/2005

terça-feira, março 11, 2008

Sei que bem dentro de ti
No teu coração, bem no fundo
Tenho um espaço só pra mim
Ainda que longe, no mundo.

Não estou contigo... mas sabe
Quero que tenhas presente
Não há escuro que apague
Nosso fogo, mesmo ausente.


À minha filha Joana, no dia dos seus 15 anos, desde lugar distante.
Paris, 11 de março de 2008