terça-feira, julho 22, 2008

Se o Mundo fosse água apenas...
um mar imenso de rios afogados
de vales outrora verdes... sepultados...


quereria ser um barco!


Nesse barco, um mundo outro,
levaria...
guardadas as saudades do que fui,
os aromas, as músicas o calor do toque.


Poderia esquecer mil sonhos...
a vontade de ser
de ir mais além...


Mas sobretudo quereria ter
uma sala imensa
para a palavra dos Amigos!


Lisboa, 21 de Julho de 2008

domingo, julho 06, 2008

Colecciono brinquedos,
carros de corda, piões...
jogos de cartas e damas.
Charadas tolas, segredos
piadas com que me enganas.

Vou acumulando histórias,
sonhos, desejos... fantasias.
Coisas grandes ou nem tanto.
As pobres e tristes vitórias
do meu grito e do meu espanto...

Vou mastigando cansaços,
antecipando vinganças.
Enganando o tempo...
Gravando em meus olhos baços
os meus moinhos de vento...

Aos deuses dou catedrais
(aos meus e aos outros...)
Levanto templos à esperança.
Imagino os seus sinais
Em cada volta da dança.

A vida é curta, é bem certo…
tem pouca corda e está gasta.
É rio que corre pró mar...
É um horizonte tão perto
Que o nosso tempo não basta.

Que eu leve comigo a criança
Ao colo de quem me tornei.
Que eu guardo no fundo de mim
Mais que a guerra… a bonança
que une o princípio e o fim.