quarta-feira, fevereiro 08, 2006

A quem confio

A quem confio a vida dos meus sonhos
Que escapam fugidios entre os dedos
Da alma que os inventa e cria? Medonhos
São os suores despertados pelos medos

Que me descobrem, a vida, enfadonhos,
No amanhecer das mágoas e segredos
Ocultos em mim. Presos e tristonhos
Os risos que soaram, enfim, ledos

No doloroso canto de sereia
Que percebi no entardecer das águas
Desse pranto que chega – nunca tarde –

À praia que se estende nesta areia.
A quem confio, agora, as minhas mágoas
Se o fogo onde as queimava já não arde?

joão lopes

6 comentários:

Anónimo disse...

Acontece o mesmo comigo. nao tenho a quem confiar as minhas magoas. è a vida, Beijo

Sofia disse...

É sempre de alguma forma de solidão, que nasce um poema. Tenha ao menos, essa solidão, uma finalidade nobre. Este poema queima. Mas não é a mágoa, que ele queima.

Bird disse...

Custa sempre tanto, não é?

Fico sem palavras perante a poesia que nos vem de dentro.

E se alguma coisa consigo dizer é

sorri muito

amanhã verás que será diferente.

Beijo grande para ti que nos dás tanto

Anónimo disse...

João Lopes,
Este adorei ler. É triste mas muito real. Brrrrrrr...até arrepia.
...Só espero que não seja uma realidade actual!?

Beijos

Anónimo disse...

Ah, a apresentação do blog está diferente :-) muito bonita a imagem e o grafismo!

Anónimo disse...

Há sempre um ombro amigo... Aproveita . Beijo JL