quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Dia dos namorados

Hoje acordei com um poema sentado a meu lado...
Insistente e determinado. Revoltado contra mim. Com vontade de negar o Pai e libertar-se das correntes das palavras.
Louco!
Obcessivo e paranoico. A um ritmo infernal suplicou-me a escrita. Os verbos, advérbios e os substantivos todos que encontrasse.

Virei-me para o lado.
Há dias assim... em que não somos capazes de encarar de frente o mais presente dos presentes.

Abanou-me. Beliscou-me e disse: Hoje é dia dos namorados!
E eu quero, exijo! Ser libertado!

Vai! Parte então à procura dos meus sonhos... que eu durmo descansado.

Mas não!
Fiquei o dia inteiro... com um poema atravessado.

2 comentários:

Bird disse...

esta forma subtil delicada de dares o que não dizes...

e às vezes é muito mais do que seria dizendo.

Gostei muito. Como sempre.

Um abraço grande

Anónimo disse...

Este poema lembra-me um guião para uma curta metragem!...
É uma narrativa quase visual.
Faz-me pensar se seria possível, a curta metragem, claro.
Porque o poema, esse, já é!